sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quem somos nós senão animais? O que queremos? A nossa posse, não temos nada mais a não ser fome e sede de devorar o mundo. Não nos conhecemos. Somos a cegueira. Mas nascemos todos com vontade de amar, e ter alguém com uma asa feita abrigo, nao para entregar a nossa ternura, mas para protegermo-nos de nós mesmos, tão insensíveis e cobardes, cujo ar inunda-se de infelicidade. Por uma pessoa que amamos, sai outra com o coração a doer, e nós, os tristes miseráveis, por cada passo que damos, questionamos toda a nossa fé, e que raio de amor é esse, tão efémero e tão superficial, que não é um amor cego, mas que torna-nos cegos a nós, que rouba toda a liberdade que ainda existia, e que prende com correntes de ferro, de desprezo, e de dor. Antes eram laços, doces, com pressa de despir-se, e de amar incondicionalmente. Antes eram dois corpos afilitos, fogazes para equilibrar-se com a alma que era um só. Antes nós, eramos pessoas, e acreditavamos em Deus.
Por favor meu amor, afasta-me desse pesadelo, não o quero reviver, preciso de saber que é a ti que eu amo, e que haja dentro de tanta fome, algo mais intenso e fora do normal, que me leve a sanidade embora, para eu saber amar. Quero que a raiva acomulada não seja por falta de precisar, quero que sintas o meu peito, que guarda um vermelho, tão mas tão ardente...
quero saber que acertei...
e não me deixes ser mais animal que pessoa...
pois eu nunca tivera tanto medo de mim.

3 comentários:

  1. O que escreveste traduz todos os humanos deste mundo. Quase sem excepção. Adorei! :)

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  2. Por onde andas Madeirense?
    Acho que foste com a chuva para um lugar longe deste meu..
    Escreves tão bem Lyza :)
    beijinho

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