sábado, 24 de julho de 2010

Havia uma doçura eloquente, matinal, só me roubava aos poucos
pois eu nunca curara a amargura da noite,
e tão suave como seda, amou plenamente o meu coração acariciando o meu corpo,
doloroso e batido, podre, perdido no amanhecer, inundo d'um cheiro a terra, e aconchegado no nevoeiro pendente.
Tapara-me os olhos para eu não ver o mais simples que se criara,
e eu, afinal fui ingénua, ao tentar fazer-me de forte.
Agora, sofre coração. Bebe o aperto, que está cheio de sede de te dominar.
Sofre por não teres tudo e mais algo,
pois a noite já não brilha só p'ra ti.
O que desprezavas, é o que mais faz-te falta. Mas és tão orgulhosa,
e nunca hás de perdoar...
Mas lembra-te que em tempos, ponderavas em libertar algo que nunca te inflamara, e que agora está a doer. Não tivesses fé nas noites, nas estrelas e nos céus, que seria de ti agora, afogada nos aguaceiros que te tentam apagar?

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